Neural

E tudo voltou para trás
Sugado torcido sacudido e atirado para um sexto
sentido apurado que de cara lavada caminhava ao contrario
contrariando a nova lei da natureza,a lei das coisas.
Falando em contrariedades
quando disse aquilo que disse mas não me recordo de o ter dito
não estava a falar a serio,
estava sim,não reparaste?
Secalhar não,mas também não interessa
vou continuar a bater com a cabeça no chão
gosto de o fazer, da-me uma certa alegria.
Em determinada ocasião que agora não estou a ver
ceguei por não saber onde tinha colocado os binóculos
aqueles que te emprestei quando descobriste que afinal vias.
Ora,não estou chateado nem confuso meu amigo
já não tenho idade para passear no parque
sujei a cara uma vez e jurei para nunca mais.
Pontapés,pontapés,pontapés
Fechai a porta senhor conde
tenho aqui um absinto que é algo demais.
Reparaste?Secalhar não,mas não faz mal.
Estou feio?Também não estas grande coisa
Borraste os lábios com bâton para que?
Bem,não interessa,ontem será outro dia.

Vazio

É como se a alma rompesse o meu peito
querendo sair abrindo-o bem com as suas mãos ásperas.
É do corpo que ela quer sair
é este invólucro que lhe pesa e aprisiona
e ela grita
ela grita para sair
ela grita para fugir
abrindo cada vez mais
e mais o meu peito
até que foge.
Quando não se trata bem a única coisa que temos pura
resta apenas vida sem cor
um morto vivo que nada sente
apenas frio
num corpo que morre
em cada passo sem sentido
sem rumo
sem coração
vazio

Dilema I - Se o sinto.

As vezes no silêncio da noite
oiço a vida o seu pulsar
turbilhões de memórias
um sítio que queria estar
Abraço o ar que me consome
viro o tempo que há-de chegar
Sinto-o triste, sinto-o triste
nas lágrimas do seu olhar
No amarelo da lua cheia
manipulo as estrelas do infinito
Nuvens telas de aguarelas
abraço o céu a luz a chegar
Um fim sucinto
Se o sinto
Se o sinto

Dilema II - Sangue

Move,move,move
Rema em sangue
rema maldito
magia negra o meu sol está preso
a alma fervente que o inferno é quente e o final…
está morto
preso num cadáver erudito
manipulado pelos dedos do ódio
sangue, sangue
o meu corpo quer sangue
Aliviem-me o desejo que o que quero
é sangue.

Tentativa Erro

Quatro casas e um botão
uma linha curta na agulha torta
onde o ponho onde o cozo
não sei,vou tentar nesta
talvez tenha sorte e a vida se agarre
e eu o possa vestir
acima de tudo seguro
passo a passo de cabeça erguida
bem apertado bem encostado
senão der certo,merda
volta-se a tentar.

Suspiro

Suspiro
guardo o ar bem apertado nos pulmões
e deito cá para fora
Suspiro
delicioso pedaço do céu lambuzado
que se me cola nos dedos
Suspiro
por outro dia assim
o mesmo sol
o mesmo azul
sempre contigo
os teus lábios e eu