Ácido

Ácido ácido ácido
derreto em brando lume caldeirada confusa
de cores tingidas de negro
desbotada loucura e auto delinquência
que sobe em escadarias encaracoladas
que não vão dar a lado nenhum.
Nenhum homem é preso ao que se diz
nenhum homem é uma esfera limada
castrada vontade, angustia, verdade
derretem faces derretem mãos
fluem,escoam pelas sarjetas
de uma cidade apagada de calor
acesas de falsos pretextos e ousada influencia
Ousada?lavada de sujo que limpa e destrói
a construçao do ser de cada um
que é o que deseja ser,se ser o é
não sou,e apago a luz que é vida
constante que morre mas deixa
morre pois fecha os olhos
não,não há costumes nem hábitos
simplesmente vontades
que crispam na fogueira, uma chama
um pensamento,um olhar para o futuro.
Ácido ácido ácido
Eu me lavo e levo, elevo, caio, levanto, deito
acordo, durmo, um soco na esfera.

Chave

Isto custa-me,pesam-me os dedos, pesa-me a consciência, que fardo, se isto ao menos passasse com os litros de moscatel que bebo todas as noites,mas não passa.Ou então passa muito rápido,não sei,parece que estou a espera de um comboio,sim,de um comboio.Parece que estou na plataforma da estação num dia de chuva e vento e eu a beirinha da mesma, olhando para um lado,olhando para o outro a agarrar o boné como se tivesse medo que o vento o levasse e com ele todo o raciocino lógico e frio que parece marcar aquilo que sou,ou que aparento ser.A foda é que com tantas cambalhotas assumi um papel ,que me custa a largar,está assumido sou assim e gosto,mas não, não gosto assim tanto,mas não consigo voltar para trás.Sinto as vezes que sou uma caixinha que só se abre por dentro,quem esta de fora não consegue entrar,as vezes lá forçam e conseguem abrir uma pequena ranhura,espreita e conseguem ver algo,não tudo.Forçar a caixinha é sempre a maneira mais lógica de abrir algo ao qual não se tem acesso directo,mas o pior é que o que está dentro da caixinha reage de uma maneira diferente.Como abrir a caixinha?Não sei mas deduzo que haja uma solução que não seja o forçar,talvez uma palavra mágica do tipo abracadabra porra,ou uma chave mestra, uma sopa de letras,não sei.Eu tenho a chave,mas não gosto que forcem a caixa.Talvez um dia entregue a chave a alguém ou simplesmente a atire para o chão,chateado porque entretanto a fechadura com o tempo enferrujou e nem eu a consigo abrir.Estou fodido.É um turbilhão de lixo e pedaços de natureza morta que o compõem e que formam.Ah merda,que se foda a puta da chave e da merda da caixinha.

Decapante

Está tudo em pequenos cacos
Olho para eles com relutância
Nem sei por começar não consigo juntar isto tudo
São todos iguais, mesmo que os consiga colar
Um a um estou certo que ficara disforme
Com pequenas fendas e buraquinhos
Que merda.
Eu gosto de laranja com chocolate
Há quem prefira banana, caralho,
Cona? Foda-se.Fondue?
Não quero saber disso para nada
Os bancos eram azuis com pés vermelhos, porque?
Ah. Talvez já saiba, ou não, acredito que sim, talvez.
Que dor de cabeça, merda para o whisky.
Vou mas é varrer isto.

Caos

A minha cabeça parece de vidro
mas de fragilidade tal
que qualquer grão de areia o pode partir.
Embriagada,sem sentido,sem rumo
gritar,rugir,fugir
dormência, insistência, caos

Diário-Atracção VI

Ao subir as escadas para o quarto não resisti aquela mini-saia, puxei-a ate mim levantei-a para a minha cintura e fui-lhe lambendo os seios a medida que íamos andando, não aguentava de desejo”é aqui, espera” disse me ela descendo. Mal abriu a porta agarrei-a novamente e atirei-a para a cama como se fosse um boneco, pensei que tinha sido muito bruto, mas não ela riu-se,”és um bruto”disse olhando para mim lambendo-se toda, foda-se que tesão.Fui-me aproximando dela enquanto ela tirava os collants, estas fodida…
Estivemos a noite toda a bombar, mais do que a noite passada, e muito mais intensamente, adorava quando ela me chamava nomes em resposta as chapadas que lhe dava no rabo, que cu, que rigidez, cada chapa que dava ela gritava de prazer e pedia,”mais cabrão mais”, eu chamava-lhe vaca e puta e cabra e todos os nomes que me lembrava do meu dicionário de calão, é assim que eu gosto intenso, bruto, e felizmente ela também, que sintonia, que perfeição. Estivemos horas nisto, eu não me vinha não conseguia e desfrutava o prazer com o a vontade de quem está á vontade de não precisar de pensar nisso, devorei cada parte do seu corpo jovem e suado, dava-lhe trincas nos mamilos com suavidade, estava doida, eu também. Volta e meia tínhamos que parar sentíamos o coração a sair da caixa toraxica e uma dor de burro insuportável deitávamo-nos abraçados a ofegar descontroladamente e beijávamo-nos carinhosamente. Esta miúda é linda. Passados uns 10 minutos voltávamos a carga, como se fosse uma obrigação, para mim era quase, era aproveitar o pedaço antes que fugisse.Vim-me foda-se adormecemos.
Acordei de manha com um beijo no pescoço sentia a sua língua a percorrer me a barriga ate chegar a pila, estou cansado exausto, ela beijou-me o membro e voltou a subir até ir parar a minha boca,”Bom dia”não resisti em dar-lhe um abraço e voltamos a adormecer.
Acordamos ao mesmo tempo, olhei para ela e sorri, ela abraçou-me, beijou-me, pôs se em cima de mim e começou a roçar-se e voltamos a foder, apenas por foder mais nada, apenas para voltar a ter o gostinho de nos sentirmos um ao outro outra vez.Vestimo-nos e fomos almoçar de mãos dadas, e com uns sorrisos lindos, estávamos satisfeitos tinha sido uma noite memorável, riamos, gozávamos com algumas figuras da cidade que ela conhecia dávamos beijos e abraços, apenas na cumplicidade de termos passado a noite juntos mais nada.

Diário-Atracção V

Acordei por volta das 13h,com o chamado pau feito e o telemóvel a tocar, foda-se que noite, ainda esta a sentir aquelas mordidelas suaves na cabeça da piça, foda-se que tesão. Esta miúda acabou por me sair bem mais do que estava a espera, assim vale a pena.
Era ela. Queria ir jantar fora comigo. Tivemos 15 minutos ao telefone sempre a falar da noite, eu continuei de pau feito, quando desligamos tive que ir bater uma, e que bem que soube, que alivio.Vesti-me e fui levar o cão a rua sempre a pensar em cada momento, em cada estocada, cada gemido e cada movimento daquele corpinho tão teso mas tão flexível. Aquelas mamas, o rabo a xoxa, tudo, cada posição o cachecol do Benfica, as dentadas e as arranhadelas, foi mesmo muito bom,foda-se.
Fomos jantar a Setúbal, ela veio me buscar, demos um beijo cheio de carinho e malícia. Antes mesmo de chegarmos a Setúbal ela parou o carro em Palmela ao pé da estação dos comboios.Agarramo-nos e fodemos.Levantei-lhe a mini-saia, desci os collants, puxei-a para o meu lado e de frente para o vidro penetrei-a por trás, foi rápido, ela veio-se…eu não. A punheta da tarde tinha me esvaziado por completo acho que podia ficar ali horas, que nada, e se continuar assim a noite promete.
O jantar foi muito bom, tivemos uma três horas a conversar sobre a vida, volta e meia ela passava com pé pela minhas pernas, e eu por baixo da mesa agarrava num dos dedos e massajava, dos dedos para o pé.Comecei a ficar excitado e com uma vontade que me apertava o estômago, a culpa era da Casal Garcia, bebemos 2 litros, nada mau, ela estava quentinha eu também, já nos riamos aparvalhadamente,ela, vermelhíssima, cheia de desejo, começou-me a olhar com uns olhos matadores, levantou-se e sentou-se ao meu lado, e beijou-me,e com a mão começou a massajar-me a pila.
Eu só olhava para os lados para ver se alguém estava a topar, felizmente o restaurante estava quase as moscas.Estava-lhe com uma fome só tinha vontade, de come-la já ali em cima da mesa, foda-se.Pedimos a conta paguei eu, fiquei liso, Foda-se.Tive que sair do restaurante com o casaco no antebraço a tapar o inchaço que tinha nas calças,que cabra. Fomos desde a porta do restaurante ao carro a beijarmo-nos cheios de desejo, cheios de tusa, sempre agarrados,quase que caía-mos, nem olhávamos para a frente, as pessoas que passavam por nós deviam estar mesmo a pensar que estes gajos vão-se foder para azeite. Eu pensava o mesmo se estivesse no lugar deles, mas felizmente eu era o privilegiado, e ia mesmo devora-la,toda,todinha estava-me a sentir um animal.
Já no carro rimos das parvoíces e daqueles jogos no restaurante,”tenho duas surpresas para ti”Ui! Pensei”abre lá a minha mala”abri a mala e ri-me, uma caixinha de 24 preservativos e ri-me outra vez”pois é,é que ontem só tinhas 4”senti um arrepio e comecei a pensar bem, melhor que isto só a Soraia Chaves passar por aqui e toma lá,”e então qual é a segunda”perguntei cheiíssimo de curiosidade”essa, é ali”ela parou o carro beijamo-nos e quando sai, olhei a minha volta e logo de seguida para o chão para ver se encontrava os meus tomates a rebolar. Uma Pensão.

Diário-Atracção IV

Entrei no carro, ela estava estonteante mente maravilhosa o ambiente lá dentro era ela, maravilhosa.Estava vestida com um daqueles tops que são só uma faixa que deixam a barriga de fora e não tem alças preto, e umas calças de tipo Lycra pretas também, usava cabelo solto, e os olhos tinham um suave contorno que lhe dava um ar felino. Eu sentia-me um leão e estava desejoso de lhe abocanhar o pescoço, sim abocanhar não beijar, agarrei-lhe no pescoço e dei-lhe um beijo, o que é isto fodasse.”Hoje vou te levar a um sitio que conheço estou desejosa de te comer”fodasse, pensei ai o caralho esta gaja está passada, não dava nada por ela mas afinal. Bem se é assim que ela quer assim o vai ter, e lá fomos, enquanto ela conduzia eu ia-lhe beliscando os mamilos que já estavam super erectos aquele top era o máximo era só baixar e voillá, lá ficava ela com um dos seios de fora, lindos lindos, é a juventude pois é.
Passados ai uns quinze minutos chegamos ao destino, bom sitio escuro no meio do nada campo só campo, estacionou por debaixo de uma árvore que não sei era um sobreiro ou um carvalho, era uma merda qualquer, saí de imediato do carro fui até ao lado dela puxei-a para fora baixei-lhe o top e lambi-lhe avidamente as mamas de encontro o carro, “fodasse estas me a por louco, sinto me um selvagem quando estou ao pé de ti” disse-lhe eu ao ouvido enquanto as minhas mãos lhe agarravam o rabo e a puxava para mim, ela não se fez rogada e agarrou me na pila e esfregou-a “pois nota-se”e soltou um risinho maléfico.Não conseguia mais tirei-lhe as calças agarrei-a em peso até conseguir colocá-la nos meus ombros e lambia-a, lambia-a como se não houvesse amanha, e ela passou-se e eu também “que bom”dizia ela, estava excitadíssima e eu estava com a ferramenta quase a explodir. A maluquice era tanta que começou a arranhar me a cabeça, e a gritar, até que comecei a pensar, e se passasse aqui alguém? Desci-a agarrou me no sexo e disse “vamos lá para dentro, anda”.Mal entramos ela despiu me a calças e abocanhou-me a pila, fodasse estava mesmo a precisar disto, pensei, enquanto ela chupava eu ia-lhe acariciando o clítoris com o dedo até que o puxei até a minha boca ávida de sentir aquele calor aquele molho. Que bom, lambia primeiro de baixo para cima e fui enterrando a língua devagar, e ela chupava com mais força, o que me levava a enlouquecer e a lamber-lhe mais de força, lembrei me da camisinha e fodasse como custa mas tem de ser, voltei a virá-la e beijei”tenho que por a merda do preservativo”disse lhe baixinho,”eu ajudo-te”.
Descobri algumas coisas sobre ela uma delas é que era do Benfica, pois usei o cachecol que ela tinha como rédea, sim como rédea, estava a penetra-la por trás no banco traseiro e quando olhei para a chapeleira lá estava o dito cujo, soltei uma gargalhada e em género de rédea tapei-lhe a boca e com as pontas puxava-a para mim, foi engraçado, foi tão engraçado que me vim. A mulher era maravilhosa que cu a visão vista de trás era tão boa e o prazer tanto que não aguentei, ela também não se fez rogada e chupou-o outra vez enquanto eu procurava outra camisinha, isto era tão mais fácil se não houvesse doenças.A mulher gritava histérica quando cavalgava em cima de mim e eu sempre com o dedinho maroto a penetrar-lhe o ânus,fodasse que bom.Só é pena a minha falta de experiência em carros mas mesmo assim...
Estivemos a foder durante não sei quanto tempo sei que me encontrei com ela as 22h e cheguei a casa as 03H,e gastei três preservativos mas o ultimo não contou, claro que não tivemos este tempo todo a foder, ainda tivemos algum tempo a conversar. Fui tomar um grande banho todo eu cheirava a sexo, a ela, a preservativo, um cheiro que me estonteava.Fodasse, que foda estava mesmo a precisar disto,tenho que repetir.

Diário-Atracção III

Epá, não acredito, a miúda tem o meu numero, como é possível?Abri a caixa de mensagens e lá estava uma mensagem com a assinatura dela, quer-se encontrar comigo e que sabe onde moro.Fodasse to lixado, o que vou fazer? Existe uma parte que diz para não responder, mas há outra que quer (adivinhem qual), o que faço, por um lado não quero magoar mais uma pessoa mas por outro estou me completamente a cagar e quero mesmo é saltar-lhe para cima, fónix o que faço? Vou, não vou. Ah que se lixe vou-lhe enviar uma mensagem do tipo”olá claro que me podes vir buscar, também gostei muito daquele momento, ainda tenho o teu cheiro na minhas narinas. Quero te comer toda",se calhar estou a ser bruto, não? Que se lixe também já entendi que ela gosta assim, e eu também. Aliás é mesmo isto que quero, come-la, "estarei lá a essa hora beijos".Até me arrepio só de pensar que vou me agarrar aquela tranca e aqueles seios.Merda! Tenho que sair, vou comprar preservativos, depois digo como foi…ou não.

Diário-Atraccão II

Bem a mulher vinha decidida até me arrepiei a pensar no que ela queria, mas mal se foi aproximando os seus passos foram-se tornando mais lentos e mal me olhou nos olhos quando se aproximou de mim.Perguntei-lhe o que se passava, e ela respondeu-me envergonhada que precisava de falar comigo. Comecei logo a bater mal e pedi-lhe que falasse, mas disse que não conseguia virou me as costas e começou a afastar-se nessa altura começaram-me a aparecer uns calores uns arrepios não me contive e chamei-a.Pedi-lhe para irmos a rua, ela aceitou, estava vermelhíssima e eu também devia estar de certeza. Levei a para o sitio onde costumo ir fumar e estar sozinho a escrever, longe de olhares, bem recatado portanto.Agarrei-lhe nos ombros e pedi-lhe para me dizer o que queria dizer, nesse momento ela aproximou-se e espetou me um grande beijo, meio tímido mas molhado, fiquei sem fala, e a minha cabeça começou a andar a roda, senti-lhe um desejo e não resisti.Agarrei-lhe no rabo-de-cavalo com força e encostei-a brutamente contra a parede e beijámo-nos sofregamente enquanto a minha mão direita lhe ia percorrendo o exterior da coxa, lentamente mas com força, até chegar aquelas nádegas firmes e redondas, senti tanto excitamento que me encostei ainda mais quase a devorá-la ao que ela me respondeu roçando-se no meu sexo que já pulsava de desejo. Tirei a mão do rabo-de-cavalo e agarrei a outra nádega e ela roçava-se ainda mais e começou a largar breves suspiros e gemidos de gozo, e eu cada vez mais doido, quando de repente ouvimos um barulho a aproximar-se e foi cada um para o seu lado meio atrapalhados, eu pela porta de emergência, ainda quente, excitado e nervoso com o coração a bater a 200 km/h, e ela pela porta principal, no mesmo estado que eu de certeza. E já não a vi mais, também não quero, passei o dia a pensar nisto, não sei até quero mas não a quero magoar pois só quero mesmo saltar-lhe para cima, e a miúda parece querer ir mais longe, ainda por cima deve ter ai uns 25 anos ou menos que isto a juventude está muito desenvolvida para a idade, não sei, sei que acabou a universidade há já uns dois anos.Epá não sei, estou confuso, sensível, e claro com o desejo a flor da pele. Ainda bem que já não a vejo mais, chegou o fim-de-semana.
Recebi uma mensagem no telemóvel…

Diário-Atraccão I

Esta gaja parece que faz de propósito, e se calhar ate faz, e penso que sim.
O certo é que todas as manhas de há umas semanas para cá, ela passa por mim procurando sempre os meus olhos, parece que procura algo, volta e meia quando passa por mim e diz me bom dia sempre com um olhar atrapalhado e um sorriso rasgado de orelha a orelha.
Eu, o Durão, apenas olho de relance e esboço um sorriso meio cínico, forçado.A miúda até é boa e gira, tem uma silhueta invejável, um grande rabo, uns belos seios e quando anda de rabo-de-cavalo, Jesus.Das mil e uma vezes que passa por mim faço sempre o mesmo, viro-me para lhe sentir o rasto, o perfume, o cheiro. Adoro sentir o cheiro de uma mulher, lavada claro, com ou sem perfume, não sei, é uma tara mas gosto mesmo de sentir o que é emanado pelos poros de uma mulher, atrai me e as vezes enlouquece-me,esta geralmente até se perfuma, e eu gosto, já notei pelo menos uns três perfumes diferentes, ela repete-os.
Não há dia que ela não passe por mim, mas ontem foi diferente, ficou ali parada ao pé de mim a olhar para umas coisas a tirar uns apontamentos durante uns minutos, poucos, e eu perguntei-lhe se precisava de ajuda em algo, ao que ela respondeu que sim e expressou o que se tratava, olhei para ela, ela olhou para mim e rimos que nem uns tontos tal era a barbaridade do seu pedido pediu ajuda sem precisar e sem saber, tinha inventado um pretexto para estar ali.Parecíamos dois parvinhos. Foi a primeira vez que comunicamos a sério, a rir é verdade, mas á vontade. Notei logo naquela cara a alegria por estar ali comigo a rir, os olhos esbugalhados cheios de intenção cara super corada, sempre que penso nisto solto sempre uma breve gargalhada. Admito a miúda até mexe comigo, pudera aquele corpinho deve saber a mel, mas pouco mais, não faz o meu género, e também só mexe até onde quero e eu até sei onde queria que ela mexesse,mas enfim adiante.
Hoje mal a vi notei que algo se passava,reparei em duas coisas, a primeira é que estava especialmente boa, calcinhas super justas pretas de tecido, salto alto, bem alto, que lhe empinavam aquele rabo maravilhoso, é que aquele cu já por si é fantástico, arrebitado, e parece-me bastante rijo, a segunda é que notei que ela devia querer voltar a falar comigo mas devia estar com vergonha ou algo as vezes parecia que se escondia, estava inquieta, olhava depois fingia que não estava a olhar, estava nervosa e estava a por me a mim nervoso também.
Ui.Aí vem ela……

Cortinas

Cada casa é um caso
cada caso uma teima
cada passo mal calculado
é mais agua que se deita
o suspiro é longo é forte
abana as cortinas,parece vento
mas o vento que teima
não a quer não a deita
cada estrada é um caminho
cada caminho tem saída
cada saída é um abuso
sola rota calça suja
abre fendas na terra
incuto febre, o desejo, peganhento
salubre,salutar espanco-me
arranhas-me ateias-me fogo.

Contos I

Estou cheio de pressa tenho que partir para Paris as 13H,o avião não espera. Ainda consegui parar num tasco aqui ao pé de casa para beber um café, mas porra que o café está a escaldar-Oh merda quanto mais depressa mais devagar.
Lá bebi o meu café e fui a correr apanhar o comboio para o Barreiro, foi mesmo a tempo, fui eu a chegar e quase, quase a sair. Sentei me a olhar para a janela a ver a evolução dos tempos ainda me lembro quando isto era só campo com vacas a pastar e tudo. Reparei no reflexo do vidro que uma senhora vestida de branco entrara e sentara-se na fila de bancos ao lado da minha, claro que como bom antipático que sou não desviei a cabeça, a senhora começou a chorar. Olha olha o que está aqui armado. Continuei na minha, mas cada estação que parávamos ela gritava mais alto, e eu continuava a olhar para a janela, nem quis saber, nunca quero. O mais estranho é que com tanta gritaria ninguém a foi consolar Ai a merda.Foi então que resolvi ter um toque de cinismo e virei me para saber afinal o que se passava, mas realmente não estava interessado, o barulho incomodava-me.
Era uma senhora bem-parecida mas carregava um grande fardo as costas, sua filha tinha morrido, colhida por um comboio, não fazia ainda oito dias, e cada vez que a senhora se metia na carruagem onde a vira morrer, ouvia a voz da sua querida filha, chama-la lavada em lágrimas – Mãe, oh mãe ajuda me.
Até tremi o meu cinismo deu lugar a pena, levantei me prontamente para ir a minha mala buscar uns lenços de papel-Onde andam os lenços que merda ah cá estão. Virei me novamente para senhora e ela desaparecera-Bem onde se meteu? Procurei-a pelo comboio e nada, perguntei as pessoas e nada, ninguém tinha visto tal mulher-Bem isto é estranho.Pensei.Voltei me a a sentar no meu lugar e quando olhei para a janela lá estava ela agarrada a uma menina a dizer me adeus...e chorei.

Pânico

Não não
Assustado corro
Não acredito não não
Quem vem lá
Quem me persegue não vejo
Não oiço
Quem vem ai
Não sei não sei tenho medo
Não olho para trás, não quero olhar
Tenho medo
Quem vem ai
Bate bate bate forte
Tenho medo
Grito

Obliquo

Raios, merda, que me cai merda em cima
Sinto a cabeça a andar a roda e caio, no estrume
Que sinto, que cheiro, e grito afónico
Cago nisto e ando em frente a correr apressado
Um pouco isolado a olhar para o céu.
Ah vida, que me cagas em cima e enterras ate baixo
Foda-se não há alívio que dure e voa contente
Sou um cadáver meloso rancoroso triste que se arrasta
Merda merda onde estás maldita
Procuro vasculho atiro me para o chão….e morro


Vou voando por entre nuvens almofadas e bolas de sabão
São cores é vida é verde é brilho é luz é tudo do nada o nada é tudo
E salto limoeiros canteiros anseios que vem e vão
Que vem e vão que vem e vão
…Que vão, e não vêem

Eu estarei aqui

Dia após dia, perdes o brilho, aquele sorriso tão lindo
Aquele rosto sincero, corado bonito, pequeno.
O teu olhar está vazio sem vida,
mas la no fundo tem um brilho, uma chama
ténue, mas está lá, e quer, e chama, e dói.
Andas perdida, a procura de algo, a solidão destrói
tu destróis-te pois foges constantemente da realidade
tu queres mas não encontras.
Esse vazio também eu sinto e gosto, mas dói,não serve.
Falta algo, precisas de ajuda, eu agarro-te e dou te a mão
Estou aqui se precisares, estou aqui se quiseres chorar
Estou aqui se quiseres um abraço, um beijo, um carinho
Um pouco de calor, de conforto, estou aqui.
Não fujas, não desprezes, olha para a frente
Não olhes para trás, não tenhas medo
Abraça a vida naturalmente, ela é curta, não a encurtes mais
Talvez um dia me dês razão ou não.
Seja como for eu estarei aqui.

Devaneios perigosos I

Entrelaçam-se lindas tranças
debaixo dos meus lençóis
cobertores ganham vida
está frio está frio
está quente, tão bom
fluidos fluidos
saboroso aperta
é bom não pares
eu gosto.
E tu?

Nada.Está morto.

Luzes luzes preciso de luz
A merda do tempo é desgostoso
Chuvoso inquieto inquieta
Deprime oprime prende
Não ri, chora
Merda do tempo
Luzes luzes preciso de luz
Gostoso é o sol, o calor
Carregar o espírito por entre o azul
Sentir o calor, a nudez a alegria
Sorrisos agora, para quê?
Nada, nada, absolutamente nada
Está morto,menos a tristeza e receio.

Talvez alguém

Sinto ânsias que me fazem voar
um aperto que nada me diz
algo que eu já conheço e não quero
sinto a fome, sinto a pena, e a solidão.
Conheço muito bem este sentimento
é algo que tento contornar
é algo que sinto, mas que fecho a porta
coloco correntes e trincos
arranjo as mais variadas formas
para a blindar, para ninguém entrar
sou assim,também tenho medos
também me custa a respirar
quando aparece aquele sentimento
sentimento que não lhe dou nome
porque não quero,não quero saber
Mas se houver quem quiser
terá que provar terá que me tirar
toda a blindagem todas as correntes
porque sozinho, não consigo...não dá.
E já sei que pouca ou mesmo ninguém
O consegue fazer,não quero,talvez um dia
Talvez alguém.

Desencantos IV-Fim

Fim

Chove que se desunha
Chovem cântaros…desilusão
A chuva forma poças
Que se formam em charcos sujos
Deitei e senti apressado.
Um Dois Três
Formas irregulares
Amargas transparências
Punhados de sal
O pó assentou
Um, dois, três

Desencantos III-Noitadas/Chicote

Noitadas

Noitadas,abundância sexual
Suor,calor vontade
Sexo,movimentos contínuos
Vigorosos,força é bom
Devagar também o é,luzes
Álcool,drogas embriagado
Explosões pensamentos insanos
A musica faz dançar,roçar ,vontade.


Chicote

O chicote bate forte
Irritam-me tanto as verdascadas
Doem abrem feridas profundas,que maçada
São inconsequentes
Acabo por fazer mal a mesma.
Sou forte aguento
Aguento cada açoite,doí
Doí tanto que solto uma gargalhada
Lágrimas,que piada.

È Simples…não é.

Venerar rima com amar
Todavia enquanto os dias enublados passam
Os versos moem agonizam
Passam por mim pessoas apressadas
Sem tempo nem mãos
Não dá,não dá.

A química é composta de sentimentos
Não tem equação definida é incógnita
É o que queremos,é simplesmente o que sentimos
É o esforço de achar que vale a pena
Não há medo, não pode haver
Simplesmente é…sente-se.
Há algo que atrai existe algo que chama
Algo que puxa, é um gostar
Ou talvez uma desculpa um receio de assumir
É algo que não se explica
Simplesmente vem,aparece é bom
Não é?Não amo mas gosto,simplesmente isso.
É a velha máxima,se sinto é porque existe.
No fim com tanto medo e duvida,acabamos sozinhos.

Desencantos II -Miúda/O Copo

Miúda

Cruz cruzo a encruzilhada
onde vai não sei
arrisco um risco que sinto
nada vale nada
sucinto aguerrida forma
gosto gosto muito
ar franzino abana me distrai me
pois é assim
olha brilhante crepúsculo
sorriso rasgado quero
gosto,sabe bem



O Copo

O copo cai parte-se
pequenos cacos em que me corto
espirro sangue no lençol branco
-não chupes o dedo.
Mancha infinita na colher
transtorno transformo
salpico a parede que barra
o copo partiu-se
forma perdida forma ganha
sementes cortantes
fazem mal ou fazem bem
não sei não sei
parede cai.

Desencantos I -Tempo/Botão

Tempo

Cada segundo afasta o primeiro
E rodopia devagar dá corda ao vento
O primeiro vem primeiro que o segundo
Pois talvez já esteja cansado de tanto rodar
Roda roda, roda o tempo roda a gente
Que somos tempo também.


Botão

O botão da minha camisa caiu
Descoseu-se a linha levou um esticão
Onde está o meu botão a casa está vazia
Ainda agora morava lá, mas o botão caiu
O botão caiu o botão rolou
Onde está o botão

Que sentido

Pássaro pássaro passarinho
Que de esperanças fazes o teu ninho
Voas em bando e escureces o céu
E dás novo sentido á vida

Pássaro pássaro passarinho
Se algum dia por aqui voltares
Trás no bico algum rosmaninho
Para mais tarde me lembrar

Pássaro pássaro passarinho
Se por acaso pousares no meu dedo
Sinto que sentirei que o sentido
Sentirá que sentido o amor pousará

Rapidinho

Corro
Caio
Fujo
Rebolo
Preguiço
Hesito
Penso
E descanso outra vez
Agarro
Deito
Fora
Fora
Mão
Assusto
O lustro
Da tua linda voz
Nasce
Sol
Quente
Queima
Amo
Caio
Levanto
A voz que chora

E a lágrima caiu

A lágrima caiu para meu grande desgosto
Agarrou vida e tocou salgada nos teus lábios
Sorriste e chamaste-me tontinho

A alegria dessa lágrima me beijou, e gostei
Olha para mim meu amor fazes me tão feliz
Já a soltaste e bem, soltaste-a só para mim
Olha para mim meu amor, deixa me ver os teus olhos
Estão tão lindos meu amor, nunca me tenha apercebido.

Tenho-a guardado a espera de alguém
E agora que me deixou, sinto me tão infeliz
Mas feliz por tê-la guardado
Guardado só para ti.

Louco, tu

Branco leito que me deito
Contigo é…
Rude estrada
Apoteótica entrada
A luz, tu…
Luz abre, acende
Fogo apaga a água
Tu és…
Dá um trago
Em mim que sou
Somos….
Eleva brando
Amando pois
Agora.

Ao Mar

Vou ao mar lavar as minhas mãos
Bebendo vinho atrás daqueles montes
E o nevoeiro esconde para não esconder
Palavras proibidas e guardadas
Por isso vou lavar as mãos ao mar
Vou lavar ao mar, vou levar
O que o senhor proibiu
Vou ouvir sábios concelhos
De idosos gentis
Grande gente gente áspera
Gente que sabe e que partiu
Vou ao mar lavar pecados
Bocados de mim, restos presos
Ao mar, vou lava-los contigo.

Eles

Marcham botas compassadas
Gastando a já gasta calçada
Não há chuva não há tempo
Matam, comem vozes proibidas
Atrasadas

Fogem sacodem o medo
Descompassadas botas correm
Matam, comem vozes que querem
Guardar em si o grande segredo
A liberdade

Rufam tambores engalanados
Trum trum agarra o menino
Correu fugiu de joelho esfolado
Meu rico menino onde estas
Assustado

Tu nua

Que moça é aquela
Que passou naquela rua
Nua descascada a dançar com um lençol
Ajeitando o cabelo
Despida de preconceitos
Linda extravagante ou sonhadora de bordel.

Desculpem lá meus senhores
Mas tenho que me ir embora
Vou atrás daquela mulher
De andar tão doce em tons de mel
Que grande hino as mulheres
Que graça tosca batida
Solta no ar malmequeres
Que linda moça despida.

Ginga

Senhor Doutor por favor
Que dor é esta
Que trago a meu peito
Tão tristonha, enfadonha
Mas que canta tão bem o fado

Senhor Doutor por favor
Que dor é esta
Que me irrita
É loucura é amor
Pois tem um ar tão amargurado.

Bate e para para e bate
Torce ginga pica e pisa
Rola bate levemente
A luz da lua em chuva quente.
Torce ginga pica e pisa
Bate para para e bate
Que dor tão doce….
Que me encaminha

Esperança

Porem existe uma esperança
Uma luz ao fundo do túnel
Uma alegria de acordar pela manha
Um sorriso por poder respirar fundo
pela manha desejosa
De nos aquecer os sentidos
Singela brisa que nos arrepia.
Sabe tão bem o cheiro
Que por vezes me apetece
Abrir a janela da alma
Ouvir os pássaros a passar
Fugindo bem tresmalhados
Do latido do cão do vizinho
Aflito para ele próprio gozar
Manha calma e solarenga.
Mas mesmo que o sol esteja coberto
Por nuvens do passado
Há sempre que pedir chuva
Seja fina ou graúda
Para lavar o meu rosto
Acordei de novo um dia.

Eu consigo

Se vires algum dia a minha alma gritar
Não fujas pois grita por ti
Se nunca por mim sentires amor
Lembra te que é meu destino não ser amado.

Se de mim nunca vires uma lágrima
Digo te que o meu coração secou
Mas se encostares o ouvido ao meu peito
O sentiras a bater por ti.

Se pensares que algum dia te amarei
Tem calma pois o amor já me fugiu
E agora o receio de o prender
Arrastam o medo de me entregar

Mas eu consigo, eu consigo.

Desejo-te tanto

Desejo-te tanto
Canta o rouxinol da outra margem
Pois sonho contigo todas as noites
Desejo-te tanto
Canta o rouxinol a minha porta
Quando me deito com sonhos molhados

Se soubesses o quanto me custa
Olhar para ti e não me veres
Sentir o que sinto tão grande
Não te percebo desencanto
Mas daria ao mundo a enorme alegria
De te beijar, mais uma vez

Porem teimo em esquecer
Pois trago sempre a lembrança
Que o amor por vezes é infeliz
E que a vida real me passa
Tosca tão desgraçada
Meu amor desejo-te tanto.

Tenho uma lágrima

Tenho uma lágrima que me fala
Todos os dias durante horas
Fico sem jeito quando esta me cala
Pois me castiga dizendo me onde moras.
Mas eu não te ligo nenhuma
Talvez por ser um pouco tímido
Seguro a maldita para não cair
Pois gozas comigo quando a vês

Sei que não fazes por mal
Mas esta lágrima é uma relíquia
Que guardo junto com o meu enxoval
Oh, maldita lágrima que me escapas.

Não me calo

Havia um dia, escrever um livro
Páginas tantas me pesa o destino
E gostava, que ele fosse cantado.
Que cantassem sobre o meu peso
Este pesar que trago a meu lado
Gostava também, que as lágrimas vos caíssem
Gostava que batessem palmas
Para afastar minhas tristezas
O peso dos meus ombros não me cala

Tristeza tanta tormentos nunca acalmados
Pois o amor virou me as costas sem fim
Levado pelo vento do pecado
E como folhas secas o amor cai
Fiquei mais uma vez sozinho
Com esta tristeza, não me calo.

Preciso de paz

Preciso de paz e de sossego
Sinto falta do cantar de uma guitarra
Melancólica, cheia de dedilhados sentidos.
Preciso de uma voz fina e doce
de uma mulher de um eterno amor
Oiço as ondas bater nas rochas
Estrondosas tão ruidosa
Doce ouvido em segredo.

Um Adeus, Libertino

Fui assolado por uma tristeza sem precedentes
Tão grande, tão profunda
Maldita que me roubou a escrita.
Espero que gostem do que escrevi
E que chorem como eu chorei
Cada palavra foi uma lágrima
Cada letra, um pesar, um grito
Que senti, sem ti
Morri…Adeus.

Está estanque

Se a ferida está estanque
Porque escorre tanto sangue
Porque escorre pelas paredes
Tanta dor e sofrimento
Que trazem como quem não vê
Tanto bolor e mal cheirosa paz
Que me foge entre os dedos
São salpicos são salpicos
São tristezas e são mágoas
Cavadas pela enxada cega
Que mau cheiro cadavérico
Ninguém os vê ninguém os ouve
Se a ferida está estanque
Foge a luz escura e dia
Longo, suspiro assolado enrolado
Maltratado dos pés.
A ferida que escorre nas paredes
Que mau cheiro que mau cheiro
Colapso entalado fadiga ou imaginação
Se a ferida está estanque
Porque abro a janela
Sinto o vento sinto a calma
Longa treta malcriada
Coço coço gangreno a alma
Vou me deitar.

Sinto

Há uns dias atrás andava no meio da rua meio perdido em pensamentos, fui dar uma volta para aliviar e pensar naquele sentimento que disseste que sentias, fiquei nas nuvens quando mo disseste.
Olhei para ti, entrei-te nesses teus olhos cor mel que ainda reflectiam a minha cara apaixonada pela tua doce voz a dizer que me amavas também. Nesse momento arrepiei-me como nunca me tinha arrepiado antes, és linda és profunda, não sei mais como descrever.
Meti um cigarro na boca acendi-o enjoei-o, a minha boca ainda estava doce ainda tinha o teu gosto colado nos lábios, e o teu cheiro entranhado em mim que assaltava o coração em cada passo que dava. Continuei a caminhar arrastando as pontas dos meus dedos na parede do castelo, sentindo o frio e áspero da pedra granítica.
Voltei para trás a espera que ainda estivesses lá, mas já não estavas. Perdi me no tempo. Senti a aflição do momento, não te respondi na altura deixei te para pensar, assustada foste te embora pensando que não o sentia, mas sentia, sinto quero-te tanto.
Cai de joelhos olhei para o céu agarrado ao meu casaco cheirando te, beijando te, sentindo te, amando-te, onde foste onde estas, quero falar contigo onde andas? Quis me levantar mas não conseguia, tinha os joelhos magoados e as pernas a tremer o que faço agora? E comecei a chorar.
Olhei do miradouro os barcos a chegarem, os barcos a partirem, a calmaria do rio, o cantar triste e sereno das gaivotas e caminhei para casa, o dia já estava a acabar, senti uma depressão uma tristeza uma falta das palavras que me tinhas dito o erro de te ter deixado sem resposta, caminhei.
Em passo lento bem devagar, fui andando, pensando no erro que cometi, cheguei a casa abri a porta e lá estavas tu, nua, despida de preconceitos, agarrei te com tanta força para mais não fugires, cheirei te toda encostei o meu nariz no teu pescoço,” tas aqui, tas aqui O alivio percorreu me a espinha fazendo levantar os meus cabelos arrepiando a minha pele que gritava pelo teu toque, que alivio,”amo-te tanto”. Fizemos amor durante toda a noite, os nossos corpos suados fundiram-se e gritaram desesperados, pois foi tanto o prazer que tínhamos para dar um ao outro, tanto que parecia não ter fim. Mas no fim já cansados adormecemos agarrados, banhados pelo sol quente que nos veio acalmar.
Já era tarde quando acordei, olhei para ti e tu dormias serenamente e certamente a sonhar comigo pois esboçavas um sorriso e disseste o meu nome. Estavas tão linda, como sempre foste. O rasgo de sol tocava te na face, como se o sol fosses tu, e fazia reflectir no teu queixo, o arranhado da minha barba por fazer. És linda com todas as palavras que existem e que sei dizer.
Este raio de sol é uma esperança, é uma lufada de ar fresco que me apaga memórias antigas e me entrega boas novas e tu….és linda.Tao linda como céu, tão fresca como a água, tão bela, tão serena.
Beijei te na testa dei te os bons dias, e com olhos semi -abertos, olhas te para mim, suspiraste e dissestes-me baixinho”que bom estares aqui”-deste me um beijo como se não me visses a muito, abracei te, e chamas-te me amor. O meu coração bateu descompassado quase a sair do peito estarei acordado ou isto é muito amor para mim?
Levantámo-nos e fomos lanchar ao pé daquele miradouro onde estivemos ontem, tu adoras aquela paisagem e os croissant de morango que a senhora da pastelaria faz, de propósito para ti. És linda meu amor.
Lá fomos abraçados com os dedos entrelaçados sentindo o pulsar cardíaco um do outro, o bater era tão forte que as pessoas passavam e olhavam para nós. Sorrindo, segredando aos ouvidos outras vezes gritando para toda a gente ouvir, enrolámo-nos em pensamentos sem mais nada existir em nosso redor. Os teus cabelos ainda despenteados da noite anterior pareciam o sol com a sua coroa e a tua boca faminta por mim dizia “desejo-te”sentados ao sol fazíamos amor a distancia havia momentos que parecia que gemias como se os gestos fossem pedaços de mim e as palavras levassem os meus lábios a ti.
És todo o desejo, todo o amor, todo o movimento que articulamos, todo o cheiro, tudo. Sinto tanto a tua falta, sinto tanta dor que parece que o meu coração vai parar, e as vezes, espero que pare para ir ter contigo.

Ontem(Jogos de sedução)

Não sei se reparaste,
mas a lua estava grande e amarela,ontem.
Eu próprio só reparei ao chegar a casa
estava linda,como tu tão linda.
Talvez fosse um sinal de bonança
ou simplesmente uma lembrança
que nos foi entregue pelo céu.
Será certamente uma memoria
que guardarei feliz como tantas,ontem.
Parecíamos duas crianças envergonhadas
a rir atrapalhadas sem nada de jeito dizer.
Olhando olhos nos olhos sorrindo nervosos
a espera do abraço que demorou a aparecer
mas quando apareceu veio o tal beijo
que a muito esperávamos,profundo,molhado,foi ontem.
Até as estrelas choraram de alegria
e dançaram embriagadas,assim como nós.
Pois foi,foi numa noite fria tão quente
que derretemos paixão, sim ontem.
O adeus para mim foi um pouco doloroso
pois soube me a pouco,até que vi a lua.

As senhoras

Ai credo
tanta tristeza menino
As tristezas não pagam dividas
uns olhos bonitos como esses
fazem até inveja ao sol.
Ó meu querido menino sorria
as tristezas fazem-no velho
com uma carinha tão linda
mais parece o espelho do céu.
Vamos embora levante-se.

O Abismo

Ao tempo que estou a beira de um abismo
porem protegido por uma barra de ferro
Mas um dia a barra revoltou-se
cansou-se também, de esperar por mim

E este meu impasse trouxe a chuva
e molhada pela agua, ela cedeu
e eu, agora balanço não sei o que faço
já não sei o que sinto.

Não sei o que sinto,não sei que me espera
no fundo do abismo pois não dá para ver
Talvez uma mão que me agarre
e traga do fundo uma nova ilusão.

A barca

Ai,abrupta morte que chegas descalça
que trazes do limbo a justiça mais cega
fé corrompida por uma figura falsa
um Deus que tudo tira pé ante pé

Elogio a loucura pois nasce sozinha
em campos abertos de terra impura
foram regados com sangue que agora definha
campos secos estalados pois o Homem não dura

A morte não voa, não foge, não vê
Pois conduz a barca na escuridão do tempo
as aguas são calmas serenas até
levada apenas pela brisa do vento.


A barca,a barca
a barca lá vem
quem embarca na barca não paga vintém
a barca a barca
a barca do alem
quem embarca nesta barca
deixa cá sempre alguém.

Jogos de seduçao

Aquele dia aproxima-se a passos largos
A medida que o tempo vai passando
sinto o meu coração a bater mais descompassado
apesar de sentir um aperto constante.
Há já duas noites que mal consigo dormir
a pensar como será, o que farei o que faremos
tenho medo de te desiludir, sim tenho medo
receio de deixar escapar a amizade
que temos a tantos, tantos anos.
Os jogos de sedução são perigosos
mas eu gostei, gostei muito
descobrimos sentimentos enrolados em segredos
foi bom, muito bom.
Mas o que sinto, que sinto há tanto
precisa ser aberto,descoberto,tranquilizado
por isso vou lá estar nesse dia quero saber o que é.
Cada vez está mais perto e não consigo esconder
que as minhas pernas tremem cada vez mais
ansioso mas acima de tudo desejoso de estar contigo.