Tulipas

Murcha, pinga orvalho, murcha
Máquina enferrujada cose pano e pano
Calçada mal colocada tropeça na peça
Corre João corre-corre João
Ferrolho aberto uma porta fechada
Maldisposta a trindade assalta o homem
Virtude, vida, orla do mar.
Agora que teimam todos sair ao mesmo tempo
Vão se espezinhando de peito aberto costas no chão
Berra mulher berra que ele caiu a água, fogo labaredas de medo
Choro grito levo as mãos a cara, lavo as mãos na cara, lavo a cara nas mãos
O barco não chega afundou-se nada João nada nada João não é nada
Mulheres na areia abusadas, sangrentas as cestas sem peixe
Pedaços do homem, pedaços, pedaços

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem, depois de ler este apercebi-me que já tinha saudades de partir a cabeça com os teus rabiscos, he,he! Keep going, assim dá gosto ler.

RCA

BMFB disse...

brutal... bru tal. que bom trabalho