Cólera

Lençóis amarelos
cagados fatélos
imundos castrados
espirrados de dor
Morte que espreita
onde o medo de deita
a faca não corta
derrame pavor
Quem estraga castiga
suor sistemático
um fígado hepático
podridão sem cor
Não anda desanda
útero esmagado
cólera á solta

Arranca arranca tudo
arranca a mágoa das palavras
que escapam como sedimentos
de um enigma dissolvido em pó
Arranca arranca me a alma
deitada num leito esporrado
sémen morte irreal
Engole derrete espirra o ranho
Melaço peganhento

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