Luz da lua prateada entrava pela janela do quarto de Emília, pintando um quadro triste de dor, e angústia. Galileu estava a morrer, o seu melhor amigo e confidente que ajudara a crescer, e que cresceu, com ele também.Emília chorava a beira da sua cama com os seus cabelos pretos, tão pretos que reflectiam o azul-escuro da noite e se colavam a sua face branca, lavada de lágrimas, trazendo a memória lembranças do primeiro dia em que o viu, recém nascido, sozinho, ao frio. Recordava também todas as brincadeiras e travessuras, carinhos e raspanetes que durante pouco mais de quatorze anos lhe deram alegria e tranquilidade, pois sabia que era o seu amigo e o mais fiel de todos, o único com quem era sempre certo contar.
Galileu amava Emília, por vezes iam os dois para a janela olhar para as estrelas, e ele ouvia Emília a contar as suas histórias de namoricos, e malandrices e toda a espécie de assuntos que ela lhe gostava de contar. Ele olhava para ela com os seus enormes olhos verdes atento a cada movimento a cada palavra. Galileu era tão feliz ao lado da sua Emília e ela era tão feliz ao lado do Galileu, viviam no seu próprio mundo, ele sabia todos os segredos dela, e ela, amava-o.
-Oh meu Galileu,vou sentir tanto a tua falta.
Naquele momento Galileu olha fixamente nos olhos de Emília como se lhe dissesse adeus e lança o seu último suspiro,Emília agarra-o com força como se estivesse a impedir que ele parti-se mas ele partiu,para sempre.E Emília chorou,chorou tanto.
-Oh,meu galileu,adeus meu querido gato.
O Amor e a Dor não são exclusivos do Homem
Força Emília
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2 comentários:
Uma ode ao Aristóteles???...
Q bonito texto...lindas palavras...até pareces que conheceste a nossa história! Neste momento estou de lágrima no olho...Q saudades do meu "menino"!
Obrigada...
MJ
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