Tanta gente atrás de mim,
porque choram?
Pai, mãe, mana, que há tanto não vos vejo,
porque choram?
Em passo lento, em gritos apagados pelas lágrimas
soluços e canções no fundo da multidão,
porque choram?
Abraço a família, amigos e amores mas não sentem
porque choram?
Encaminho-me para o destino destinado a mim
a pedra é tão bonita negra onde o meu nome gravado
revela o inicio do fim ou o fim deste inicio.
Um beijo na testa já molhada pelas lágrimas
reluz e reflecte caras sofridas e tristes das minhas gentes.
E o meu corpo abala…este buraco foi feito para mim.
Uma pá cheia de terra
Pá cheia desliza vazia
Flores ao ar na campa caem
A luz finda a madeira estala
O peso é muito e o ar desvanece.
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2 comentários:
Penso que seja a primeira vez que leio sobre alguem a descrever o seu próprio funeral..
Completamente mórbido, chocante.
Mas muito realisista.
Apesar de tudo gostei muito.
Que arrepio a ler o teu texto.
Já escrevi sobre a minha morte, mas nunca sobre o meu funeral, nem saberia como, ou pelo menos pensava não saber. Afinal é simples... simplesmente arrepiante.
Até tenho medo de desejar Bom fim de Semana!
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