Entre dois extremos existe uma ponte
Uma ponte frágil de madeira roída pelo bicho
Uma ponte que balança ao sabor do vento
Uma ponte vedada, pois é bom que o esteja
Entre dois extremos existe uma ravina
Uma ravina funda sem fim escura
Uma ravina onde passa um rio que se ouve
Uma ravina que esconde desgraça e morte
Eu sei, eu vou lá constantemente e consigo atravessar
Vou pelo ar quando estou bêbado do vinho
Desço pela ravina quando sou levado pelo ódio
Mato tudo e todos pois sou morte e desgraça
Sou a tragédia, sou a boca que mastiga o medo
Vomito e cuspo vezes sem fim a alegria
Deixo sempre o meu rasto para os chacais
Sou um morto vivo sedento de sangue.
Eu sei, eu vou lá constantemente e consigo atravessar
Vou pela ponte pois sou leve como a paixão
O vento não sopra não me desequilibra
Vejo com os meus olhos lavados o caminho a seguir
E mesmo se for pela ravina cravejada de sangue
Desço sem medo e de peito bem aberto cheio de amor
Nada me toca nada me odeia sou felicidade e consciência
Não paro, sou paz e tranquilidade e vou semeando equilíbrio.
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1 comentário:
Um verdadeiro turbilhão de fulgores!
Gostei da estrutura e do desenvolvimento que lhe deste.
Parabéns!
RCA
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