O Outro

Abre mais fundo em tristezas e feridas abertas
Cava arduamente em paralelos de granito
A cova já vai funda e é escura, não tem fundo
Comete a ousadia de lá entrares e respirar
Sente como é fria, sente o cheiro a metano
Embriaga te com a lenta decomposição da mágoa
Quem és tu que ousas sem olhar para trás
Quem és tu ser comum e mortal
Abre, abre cada vez mais fundo que encontras o troço
Não deixes que a areia húmida tape o buraco
São os pingos do teu suor que a derrubam
São as lágrimas da pele fustigada, rubra, sofrida e suja
Como te atreves, cava, cava cada vez mais fundo
E sucumbe a verdade, que nada encontrarás.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quem és tu? Do que é que estavas à procura?O que esperavas encontrar?

Fodido este... tou muito confuso.

Gostei.

RCA