Numa rua fria e húmida, uma mulher passa coxa, a correr
Olha para trás assustada, alguém a persegue alguém a assusta
Ai vem em passos calmos perseguindo de uma forma medonha
Passo a passo ao sabor da chuva mascarado pela escuridão
Quase sem respirar a mulher cai ofegante enrolando-se nas poças
Sujando o seu vestido verde-esmeralda de lama descosendo fino linho
Arrasta-se tremendo agarrando-se já sem força a cada paralelo molhado
Como se fosse uma escada como se fossem degraus, mas ela não sobe, desce
Cada vez mais fundo cada vez mais para o desespero que lhe tomava conta do rosto
Molhado e enrugado pelo esforço da sua expressão.
Ao som de unha partida, um pé pisa-lhe a cabeça
Um grito, um não que se solta entre os lábios mordidos
Seus olhos findam, a faca rasga-lhe as costas e seu sangue escorre
Escorre pela sarjeta alimentado o submundo.
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1 comentário:
YES.
A sério q enquanto lia via um filme na minha cabeça. Mas assim, em texto, confesso que é bem melhor!
UFA.
Já tinha saudades de ler os teus "rabiscos".
RCA
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