Simplesmente

Existe uma voz que percorre por entre corredores apertados e húmidos,
sente-se o cheiro a mofo a entrar nas narinas,embaladas pela luz fosca,
intermitente de duvidas e receios de querer saber.
Há um eco que voa por ouvidos incrédulos que desmaiam sem palavras,
como se as palavras matassem e o medo assustasse.

Parece uma brisa que entra pela janela e não olha para trás,
que apaga a vela e acende o sol que reflecte a sua face contente e quente,
e um calor que acorda almas e gente,é um raio eléctrico que arrepia
e abre os olhos remelosos de quem a muito não vê.

No entanto há muitos que se espantam de queixo caído
e de olhar assombrado como se a verdade mordesse.
Esses muitos incrédulos não acreditam na simplicidade do momento
que trouxe o vento sussurrando baixinho:
-Venho nos braços do mar e abraço o areal,com a minha espuma,
com a minha alma,com o meu saber.
E assim nasceu a esperança de quem alguém que alcança e a faz ver.



2008

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